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Gare poderá ter exploração comercial e deve ser repassada à iniciativa privada

Foto: Divulgação
Arte gráfica mostra como deve ficar a gare de Santa Maria após reforma

Nos cinemas daqui e de Porto Alegre - e nos de São Paulo, a partir do dia 27 - Santa Maria e a região são cenários do documentário de Alvaro de Carvalho Neto. O filme Depois do Fim retrata a decadência das ferrovias e é um registro histórico do abandono das estações, dos vagões e dos ferroviários, que um dia reinaram no Estado. Até para quem mora em Santa Maria e já viu a gare quase totalmente destruída, é diferente ver esse abandono sendo retratado na telona do cinema, pois isso faz a gente se questionar como os santa-marienses já se acostumaram com o fato de que aquele belo patrimônio histórico siga depredado. Tomara que o filme de Alvaro desperte nas autoridades e na comunidade que é fundamental restaurar a gare de Santa Maria, pois ela é um patrimônio histórico inestimável.

Instigado pelo filme, perguntei ao prefeito Jorge Pozzobom se ele já havia assistido ao documentário e sobre o que acha da situação da gare. Pozzobom disse que viu o trailer e, ao menos, deu uma boa notícia: o governo federal vai autorizar que o espaço da gare seja explorado não só para atividades culturais, mas também para fins comerciais. Isso permitirá que a prefeitura possa repassar a gare a uma entidade ou empresa para que reforme o prédio e o explore para atividades diversas.

- Não tem outro caminho a não ser entregar a gare para a iniciativa privada. Por mim, já tinha resolvido isso no primeiro dia de governo, mas a burocracia é enorme. Não pode mexer no telhado sem autorização porque é patrimônio histórico. Mas do que adiante deixar tudo caindo? - comentou Pozzobom, que espera conceder a gare à iniciativa privada em 2020.

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Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, Ewerton Falk, há um ano e meio a prefeitura luta para convencer o governo federal a autorizar a exploração comercial da gare. Segundo ele, quando a área foi repassada ao município, o contrato previa uma série de restrições e que o espaço fosse explorado só para fins culturais. Isso inviabilizava que a gare fosse repassada a uma entidade ou empresa, já que o empreendedor que assumisse não poderia nem vender lanches ou cobrar ingresso se instalasse um museu ferroviário:

- Na semana passada, recebemos a informação do governo federal e a minuta da proposta em que o governo vai autorizar a exploração cultural e também comercial da gare. Só falta agora chegar o documento assinado.

Quando o documento chegar, a prefeitura definirá as regras para um chamamento público, em que vai oferecer o espaço para a iniciativa privada.

Segundo Falk, após a reforma (na imagem acima, uma projeção gráfica de como ficará, com a pintura e colocação de telhado), a gare poderá ser usada para instalar atividades como centro comercial, museu, auditório para eventos e palestras, espaço de coworking ou até bar e restaurante. A ideia é que a empresa que assumir o complexo tenha de construir um palco fixo em frente à gare para realizar shows e eventos.

PALMAS NO FINAL DO FILME
As palmas no final do filme Depois do Fim, na sessão de sábado à noite, demonstram o extremo apreço que muitos santa-marienses ainda têm pela ferrovia e o impacto do documentário de Alvaro de Carvalho Neto. O filme está em cartaz no Arcoplex, do Royal, a princípio, até esta quarta, sempre às 21h20min, e tem uma linguagem bem intimista - não espere cenas de ação. Mas vale a pena ir ver Santa Maria sendo retratada na telona.

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